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Getúlio Dorneles Vargas

data-filename="retriever" style="width: 100%;">No dia 24 de agosto, lembramos, mais uma vez, o dia fatídico que, há 67 anos, convulsionou a Nação, chorando a morte de seu presidente. Ainda hoje, passados todos esses anos, a figura de Vargas sobressai na política nacional pela transformação que produziu no país.

Nascido em São Borja, filho de pai revolucionário e chefe político, cresceu vivenciando o clima instável da época e, cedo, orientou a vida na participação das decisões sociais. Leitor de Saint Simon, um dos socialistas utópicos, estudou francês para poder ler na língua original a filosofia que influenciou a sua vida. Deputado estadual, foi líder de governo. Deputado federal, cresceu no respeito dos pares, chegando a ser ministro da Fazenda. Eleito governador do Estado do Rio Grande do Sul em 1928, já em 1930 concorreu à presidência da República pela Aliança Liberal, em oposição ao governador de São Paulo - Júlio Prestes. Em 1º de março de 1930, realizaram-se as eleições que somente foram finalizadas em maio. As acusações de fraude e a insatisfação nacional pela politica do "café com Leite", levaram facções políticas de oposição a iniciarem articulações para mudar a situação política vigente desde a proclamação da república. A 3 de outubro de 1930, eclode a Revolução que levaria Getúlio Vargas ao Governo da República. As forças políticas derrotadas, já em 1932, promoveram uma revolta reclamando do governo revolucionário a elaboração de uma nova Constituição. O Estado de São Paulo liderou a revolta que foi dominada.

O Código Eleitoral de 24/02/1932 decretou a instituição do voto secreto e do voto feminino, um dos motivos da Revolução Constitucionalista que eclodiu em julho de 1932. Essas mudanças só puderam ser realizadas pela imposição da força revolucionária, incapazes de ser implementadas pelo Congresso da República Velha que, tal como hoje, não era capaz de promover as reformas que o país necessitava. Em maio de 1932, foi eleita a Assembleia Nacional Constituinte, que finalizou os trabalhos em 1934. Instalado o novo Congresso, elegeu-se Getúlio Vargas como presidente constitucional para cumprir mandato de quatro anos. Nesse ínterim, a política andava convulsionada. Em 1935 dá-se a Intentona Comunista e em 1937 a Intentona Integralista, movimentos incentivados pela política internacional que dava créditos aos governos ditatoriais da época: Os comunistas na Rússia e os fascistas na Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini, secundados pela Espanha de Franco e Portugal de Salazar.

As ideias socialistas predominavam no mundo dos anos 30. No Brasil o Partido Comunista conquistava adeptos, num movimento crescente e envolvente. O fascismo, por sua vez, encontrou adeptos no Partido Integralista de Plínio Salgado. As colônias alemãs e italianas estavam mobilizadas no apoio aos movimentos europeus. O clima de agitação revolucionária estava instalado no Brasil. Até no governo de Getúlio, existiam adeptos dessas doutrinas. Isso motivou o presidente a proclamar o "Estado Novo", fechando o Congresso e assumindo uma ditadura que se contrapôs a esses movimentos. Sem essas medidas extremas, é possível que tivéssemos tomado rumos políticos de apoio ao nazismo e ao fascismo europeus, que desencadeariam a 2ª Grande Guerra em 1939.

Entendendo que as condições de trabalho eram as causas da insatisfação popular, Getúlio promoveu a criação da Previdência Social e elaborou uma extensa legislação que regulamentou as relações de trabalho - a CLT. No governo dele, foi promovida a indústria nacional, em substituição às importações prejudicadas pela guerra. Manteve o Brasil afastado do conflito, somente vindo a se posicionar em 1942. Em 1943, foi criada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), que participou da guerra na expulsão dos nazistas da Itália. O apoio aos EEUU propiciou ao Brasil a construção de uma grande usina siderúrgica em Volta Redonda, início da indústria pesada. Em 1945, finda a guerra, preparava-se eleições quando Getúlio foi afastado do poder, por desconfiança dos opositores. O povo, porém, nunca o esqueceu e, em 1950, o levou novamente ao poder, do qual saiu nos braços do povo, em uma urna funerária.

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